Genética
Depressão e genética: qual a ligação?
A depressão tem predisposição genética, possibilitando a filhos de pais depressivos maior chance de desenvolver a doença. Isso não quer dizer uma sentença, mas alerta para um cuidado maior em relação a depressão, a partir do momento em que um familiar de primeiro grau é diagnosticado com a enfermidade.
A depressão tem diversas causas e fatores, podendo ser desenvolvida a partir de traumas e estresse constante, independentemente da idade, mas há, dentro desse leque, a possibilidade de possuir origem genética, tendo sua razão em uma vulnerabilidade biológica hereditária.
A pesquisa mais recente sobre os dados de depressão no Brasil, realizada pela Vital Strategies e a Universidade Federal de Pelotas, mostrou que 13,5% da população nacional sofre com a doença em 2022, sendo a depressão tratada como uma “segunda pandemia”.
Dados preliminares do SIM (DATASUS) e relatório “Suicide Worldwide” (OMS) mostram que, nos últimos 20 anos, os casos de suicídio no Brasil dobraram, ultrapassando as mortes por acidente de moto e por HIV.
Depressão e genética: qual a ligação?
Um estudo publicado pelo QIMR Berghofer Medical Research Institute, na Austrália, em 2021, encontrou mais de 500 genes relacionados à depressão e à ansiedade, transtornos mentais que, geralmente, acometem juntos a mesma pessoa. Na mesma direção, o Departamento de Assuntos de Veteranos dos EUA identificou 178 partes do genoma associados à depressão.
A Genética Psiquiátrica é a ciência que estuda a existência de genes que herdamos e que podem gerar transtornos mentais. É cientificamente provado que doenças como esquizofrenia, bipolaridade, hiperatividade e déficit de atenção amiúde compartilham algumas variações de DNA.
O avanço da ciência busca, por maio de diversos estudos, entender melhor as causas da depressão para encontrar formas de tratamento e cura, pois a crescente nos casos assusta e alerta para uma necessidade de atenção ainda maior do que antes era dada.
Campanhas em todo o Brasil são realizadas em setembro, é o chamado Setembro Amarelo, criado em 2014 pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM). O dia 10 do mês marca o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, mas é uma luta que deve ser enfrentada e ter atenção direcionada todos os dias.
A atenção à depressão
Os estudos comprovam que as chances são até três vezes maiores para desenvolvimento da doença para aqueles que tem familiares em primeiro grau com o diagnóstico, tendo estes que redobrarem os cuidados ao sentir os sintomas de depressão. São eles:
- Sensação de ansiedade e angústia;
- Sentimento de tudo demandar muito esforço;
- Medo, insegurança, irritabilidade, sentimento de inutilidade;
- Pensamentos negativos constantes e a qualquer momento;
- Não sentir prazer ou interesse em atividades que antes gostava;
- Sentimento de culpa e pessimismo constantes;
- Concentração e raciocínio mais difíceis e frequente esquecimento;
- Baixa autoestima e apetite/desempenho sexual;
- Perda ou aumento brusco do apetite e peso;
- Dificuldade para dormir e para levantar-se da cama;
- Dores físicas sem justificativa médica.
Como saber se tenho predisposição genética para a depressão?
Existem genes que foram relacionados com depressão, mas não existe um exame genético que possa, por si só, confirmar este diagnóstico, já que ele é multifatorial. O diagnóstico da depressão é feito por meio de laudo de Médico Psiquiatra.
Mas há como, através do DNA, descobrir qual o melhor medicamento para ajudar no tratamento da depressão: é o chamado Painel Farmacogenético.
Painel Farmacogenético e o tratamento da depressão
Há uma enorme variedade de medicamentos antidepressivos e psicoterápicos no mercado que, mesmo com a administração correta, podem acarretar respostas demoradas ou inexistentes ao tratamento e até mesmo efeitos colaterais diversos, causando a descontinuação do tratamento por parte do próprio paciente.
A Farmacogenética estuda como o DNA de cada pessoa influencia na resposta do medicamento do organismo, fazendo com que a escolha da medicação seja assertiva e com o mínimo de efeitos adversos possível. Ou seja, seu próprio corpo irá “escolher” a medicação que vai melhor tratá-lo.
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